de quem sabe das coisas:

31.7.07

o amor por ulisses veio como uma onda que ela tivesse podido controlar até então. mas de repente ela não queria mais controlar.

c.l.

sorte de hoje:

25.7.07

e todo dia a necessidade de relembrar: é preciso seguir. apesar de tudo, é preciso seguir - mas com delicadeza.

verdade seja dita;

24.7.07

tenho essa mania de tentar tornar tudo racional, de forma que são raras as vezes em que me falta explicação para algo que comigo se passe. não que isso seja muito positivo, não é sequer uma escolha muito consciente. é mais como uma forma de não ficar vulnerável
com todos os - tantos! - sentimentos, tentando evitar a frustração, ou sei-lá-o-que-que-tanto-temo.

agora, entretanto, toda e qualquer explicação me falhou. geralmente quando isso acontece, fujo, assustada por não saber como lidar. não que precise te contar disso, você - a pessoa, além de mim, a quem tudo isso se destina - já sabe; eu já fugi, da pior maneira possível.

acontece que, dessa vez, não funcionou. claro. se agora digo que me perdi da razão, é porque não pude controlar. e tentei, tentamos. fico, inclusive, pensando que esse sentimento deve mesmo ser muito bonito para sobreviver a todas as nossas tentativas de esgotá-lo.

tentativas essas que agora já não preciso mais. é, apesar de não ter noção de para onde ou a que velocidade caminho, não hesito em continuar. sei que você me distraiu de tudo que era razão, mas aprendi a fazer disso um sorriso bem grande; porque até a dor de perder deve ser melhor que a falta de qualquer sentir. demorou, tá certo, mas aprendi: existe amor - em mim.

le coeur est plus sage que l'intellect;

19.7.07

é que por tanto tempo equilibrei as palavras, os sentimentos, cheia de medo do incerto. até agora, o momento de aceitação, o instante em que, finalmente, ouso dizer: amor.

avesso;

13.7.07

a palavra que faltou, o adeus no momento errado, a constante auto-sabotagem, o acordar e não ouvir 'bom dia', os sentimentos informulados, o gosto repetido da comida, a vontade de ir embora, o amor que você não tem. e eu tenho. eu tenho lágrimas que já não descem e uma incrível vontade de gritar. o que eu já não sei. eu já não sei como suporto os domigos e a necessidade de atenção.

mas não, não e nada disso o que verdadeiramente incomoda. a dor insuportável é essa intolerável busca pelo avesso, como se o ser fosse questão de contrário; nunca suficiente.

passou;

8.7.07

assim como a chuva, a noite, o inverno.

agora vem o outro lado.
(será?)

it was all about marla singer;

6.7.07

if i did have a tumor, i'd name it marla. marla...the little scratch on the roof of your mouth that would heal if only you could stop tonguing it, but you can't.


-fight club.
(or my own life. whatever.)

sobre três tequilas e uma pessoa;

4.7.07

arriba abajo al centro adentro. lá dentro, uma coisa queimava, uma coisa antiga assim com gosto de soconoestômago. mas agora não doía tanto: eu tinha o sal e o limão para apaziguar. e toda aquela fingida euforia louca de amigos, música, bebida, mais bebida, puta vontade de te esquecer, você, sua outra. é, o roteiro claramente saiu errado: personagens demais, meu bem. mas tudo bem, tudo bem, tem mais sal e mais limão e mais risadas desesperadas.

arriba abajo al centro. no centro, tudo que dói é você. nas extremidades eu tenho disfarçar. até não funcionar e não ter qualquer pensamento que não se volte para você, qualquer força que impeça as lágrimas ou passo que não seja em sua direção. a euforia transforma-se em desespero; igualmente louco. e eu posso fazer todas as loucuras e dizer todas as bobagens porque você não olha; você nunca me vê. tem os olhos fechados, a concentração na outra, que eu tenho vontade de arrancar daquela posição. daquela minha posição. mas não posso, a única coisa que posso é tentar esquecer - na próxima dose.

arriba abajo. tudo, tudo à baixo.

désespoir agréable;

3.7.07

saio à revelia; bom dia é meu primeiro passo e ele não tem qualquer direção. um dia acreditei que o importante era andar, andar e desde então já não me mantenho parada. não posso. parada eu sou sempre você e a memória dos dias em que os únicos passos eram os ébrios, de quando eu cambaleava em sua direção esperando que você me acolhesse me entendesse me olhasse, sequer. e não falo só do passado porque agora

preciso seguir mais depressa. às vezes tropeço; não tenho um rumo e meus próprios pés se confundem. do chão, ouço sua voz e ela já não é mais doce. quem sabe nunca tenha sido e eu, tão agoniada, tão sedenta por qualquer palavra sua, engolia todas. elas tinham gosto de salvação sem, no entanto, jamais terem passado de algo insípido, inodoro e incolor. transformei água em vinho, bem sei.
como também sei que agora não me resta nada além desse caminhar que, admito, é ainda mais ébrio do que aquele que te seguia, esse caminhar na intenção de me encontrar, te encontrar, encontrar alguém completamente diferente. tanto faz, o que acontecer primeiro. por enquanto, contudo, tudo o que acontece é esse desespero de estar perdida, cansada, desacreditada.

junto com isso, porém, um princípio de idéia que se forma e vai ganhando cada vez mais força em mim: não sei bem se amanhã, depois, quem sabe no próximo ano - não sei quando, mas o dia há de chegar - por estar com os pés tão cansados desse caminho, ou quem sabe por estar distante demais, eu vou desistir de lutar por você.