.

21.12.07

spoiling my days.

you don't send me.

15.12.07

Listen, honey, there is nothing you can say to surprise me
Listen, honey, there is nothing you can do to offend me



anymore.


{belle and sebastian}
e as reações contraditórias.

até quando?

7.12.07

sou equilibrista: guardo os meus só pra mim, pego todos os seus que você me me joga, sem pensar se já tenho algo nas mãos - novidade: tenho - formo os nossos, e tenho uma angustiada e insone atenção para com cada um deles. porque sei do estrago. e eu passei do tempo de gostar do estrago, passei de achar que não podia haver nada de bom em mim. talvez já não haja, é capaz de tudo ter se esvaído nesse equilibrismo louco onde se, por menor que seja o descuido, eu derrubar um dos seus, é o caos de todo o meu mundo externo, se for um dos meus, dói incurável e calado do lado de dentro.

mas só do lado de dentro. porque você nunca vai saber; e mais um para equilibrar.

(...)

e eu quis tanto ser a palavra na qual você podia acreditar.

impressionante como nada no mundo fazia falta.

2.12.07

eu não precisava de absolutamente nada que não tivesse comigo naquela hora.

o grande e o pequeno.

29.11.07

Aí, coitado do novo pequeno, vai se arrepender de cada não beijo, cada não telefonema, cada não noite de insônia, cada não desespero, cada não entusiasmo, cada não carinho inesperado, indispensável, inevitável, imprescindível, cada não todas as palavras apaixonadas em qualquer língua do mundo.



adriana falcão.

[ah, é?]

little pieces of nothing #2.

21.11.07

sometimes i think people don't realize the difference their words can make.

aquele instante;

...então houve um instante, independente do momento anterior, ele aconteceu; e que mania os malditos tinham de surgir nas mais inoportunas ocasiões! Entre o momento que estacionava o carrinho, já cheio de compras, e se reclinava ligeiramente para observar o preço do arroz, parou. Com alguma reclamação, que não foi propriamente ouvida, mas adivinhada pela face amarga – não que as faces rotineiras costumassem ser gentis – da senhora que vinha na direção oposta.

De que importava? As pessoas estavam mesmo sempre reclamando, devia ser algum tipo de prazer contar der quantas coisas se tinha sido possível resmungar em determinada situação. No trânsito a tarefa parecia muito bem sucedida, talvez como uma estranha maneira de passar o tédio, ou, quem sabe, usava-se das buzinas como um jeito desesperado de ser visto, porque, de outra forma, ninguém repararia: ‘Estou aqui! Olhem para mim!”

Agora, entretanto, as mais agudas buzinas podiam soar num irritante coro que ela não ouviria. Os instantes costumavam ter essa característica um pouco incomum de torná-la assim cega surda muda pelo tempo que durassem, e podiam levar horas e horas. O que se passava também variava, sendo fixa apenas uma sensação de: estar fazendo sentido, da sua verdade intrínseca superando toda a vida externa. O aumento do preço do filé, os filhos que logo chegariam da escola, a matéria que precisava terminar até o fim do dia ficaram em segundo plano ao surgir aquela fortíssima certeza de estar sendo, plenamente, ela mesma.

Ao contrário de tantos, massacrados pela rotina, ela ainda era. Nesse momento, não pôde deixar de lembrar-se dos seus dezoito anos, quando os instantes e a certeza no ser lhe eram tão mais fundamentais, e da madrugada insegura que passou, alimentada por gelo e biscoito recheado, escrevendo a si mesma uma promessa de que nunca viraria umas das outras. Por mais difícil que fosse. Jurou que não calaria jamais a parte inquietamente encantada – e encantadora – de si. Tamanha foi a supresa ao constatar a promessa ainda válida que precisou, ali mesmo, no meio da sessão de limpeza do mercado do bairro, abrir um enorme sorriso.

Não lhe pareceu muito bem aceito, e de novo as recordações da juventude lhe irromperam com aquela sensação de achar-se sempre tão deslocada, mas estava suficientemente certa de si mesma para não se importar. Tampouco importou-se, ao chegar no caixa para pagar, de descobrir que havia esquecido o arroz; ficasse para outro dia. Nesse dia, apenas tomou seu carro, sintonizou numa agradável estação de rádio e voltou à casa. Sem ouvir ou produzir qualquer som de buzina. Sempre soube que não seria boa jogadora na distração dos entediados de suas próprias vidas.

lost in translation;


- I just don't know what I'm supposed to be. You know? I tried being a writer, but... I hate what I write.And I tried taking pictures, but they're so mediocre, you know. Every girl goes through a photography phase. You know, like horses? You know? Take, uh, dumb pictures of your feet.

algumas palavras,

aqui são censuradas. por fatores a perder de vista. outras, que costumam ser as piores, são censuradas mesmo dentro da minha cabeça, e eu queria tanto poder contá-las, mas falta-me a coragem. não que elas sejam agressivas ou qualquer coisa assim, mas sempre tive essa preocupação estúpida de dizer apenas palavras que não magoam. e tenho que guardar pra mim, sempre, sempre. pode parecer idiota (como se eu realmente me importasse com isso, como se eu já não estivesse acostumada com isso) mas às vezes acho que precisava de um pouco mais de compreensão. ainda que silenciosa.

19.11.07

there’s no place else i could be, but here in your arms.

i surrender.

18.11.07

"sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?"



caio fernando abreu.

[...]

14.11.07

nada más que para no sentir tan de cerca la lluvia de esta tarde vacía.

kiddo - o menino dos óculos invisíveis.

10.11.07

ele sai todos os dias na mesma hora, mas numa hora que nunca é a mesma, de tão diferentes que são as coisas que ele vê. e não falo do céu, do sol, do simples caminho que percorre. ele vê umas coisas extraordinárias, feito a árvore solitária, o pintor do céu, o lindo sorriso da menina que passa.

e ele acha que ninguém mais vê, que ninguém o vê. mas o menino se engana, inseguro – assim meio charlie brown – o menino não sabe da existência da minha varanda, dos meus óculos, das sete horas e vinte e três minutos. principalmente, não sabe da existência dos seus óculos.

provavelmente já se questionou sobre as coisas que só ele vê, provavelmente se sente um tanto solitário e, com certeza, não sabe que o centro de tudo está nos óculos. e me bastou uma primeira visão para imediatamente reconhecer. o menino possui aquele artefato que raros recebem, sem pedirem nem escolherem, e que lhes pode mudar a vida pelo tempo que usarem: os óculos invisíveis.

não é mesmo fácil descobrir, embora os indícios estejam espalhados por toda a literatura sonhadora – cortazar, por exemplo, nos chamava de cronópios – ou músicas doces, ninguém diz abertamente. talvez por medo de ser uma idéia inconcebível aos outros ou uma viagem própria e particular – costumamos ser um grupo que se acha muito solitário. Afinal, quem em sã consciência acreditaria que alguns possuem óculos invisíveis que colorem o seu campo de visão e mudam a perspectiva e, conseqüentemente, o sentimento contido em cada fato?

só mesmo as crianças. elas ainda têm a inocência e imaginação necessárias para enxergar os, como eu costumo chamá-los, óculos de sonhar e são curiosamente atraídas a sentir maior afeto por aqueles que os possuem; são sempre seus adultos (se é que, algum dia, chegamos a ser adultos) prediletos. quem sabe o menino já tenha reparado em como as crianças costumam direcionar bonitos sorrisos a ele.

mas nunca, nunca reparou na minha varanda, e na maneira como nossos óculos refletem a luz um do outro às sete horas e vinte e três minutos. nunca reparou que não está sozinho na sua infância que parece eterna, com todas as ilusões que deve ter. não sabe da quantidade de coisas que tenho para lhe dizer, ou de tantas e tantas outras que sonhei vivermos juntos – aqui, do alto do isolamento da minha varanda.

eu tenho vontade de descer, de lhe contar sobre os óculos, a varanda e tudo mais. contudo, há essa barreira que me impede, essa vergonha, esse medo de forçar um encontro que, planejado, nunca é ideal. o encontro, bem sei, seguramente vai acontecer, imprevisível, em algum dia próximo, enquanto não chega, aqui de cima observo o menino. e, com toda a força que minha fantasia pode ter, faço um único desejo: jamais perca seus lindos e invisíveis e coloridos óculos por aí, kiddo.

idéia maluca;

8.11.07

eu queria ter uma coleção com 330 dvds, dentre os mais diversos tipos, a única regra é que todos, de alguma forma, me chamassem atenção. uma coleção que desse pra ver um filme por dia (tirando um mês e cinco dias de férias) durante um ano, sempre depois escrevendo alguma coisa, qualquer coisa mesmo, sobre o filme. quando iniciasse ano novo, eu começaria tudo de novo, os mesmos filmes, novas anotações. será que os escritos mudariam muito?



(será que eu vou ser sempre essa inevitável ligação com o passado?)

só por dizer...

eu tenho medo do fim dessas ilusões, de descobrir que no fundo, sempre no fundo, tudo era produto da minha mente que não consegue passar um instante qualquer sem fantasiar. e tenho medo de ter fantasiado cada uma das quatro paredes do meu quarto, cada uma das minhas quatro seguranças. não que eu não esteja acostumada com incertezas, mas quando elas se misturam com o que me mantinha, com o que dava as cores nítidas, é doloroso. e agora tudo vai ficando...opaco. eu precisava que você mudasse o tom, eu precisava de doze mudanças de matizes e não desse contentamento amargo, desse engolir em seco e pensamento que vai ficar tudo bem. porque não vai. ou talvez fique, nunca se sabe. quem sabe eu só precise de algo que me surpreenda.

little pieces of nothing.

31.10.07

não é que algo esteja errado...
...mas nada está certo também.

dessa noite vazia.

27.10.07

eu não sei o que eu digo e tampouco queria saber dizer só vim aqui pra jogar essas palavras antes que seja tarde antes que. às vezes é quase insuportável sentir assim tão forte sem poder escolher ou explicar porque ninguém, nem mesmo eu, entenderia. ninguém sequer ouviria. é muito interno o vazio solitário e muito constrangedor colocar pra fora quando todo mundo te imagina num tom que na verdade verdadeira é muito mais escuro. quem sabe não todo o tempo, só nesses momentos em que calar dói tanto, talvez, nesses momentos que parecem uma noite sem fim e quanto mais se espera pelo sol nascer mais escuro fica. e aí o que se faz?
eu desejo ser indiferente desejo ser igual desejo ter um livro nas mãos ou uma música que parece que vai salvar nossa vida. dizem que a arte não tem função mas eu bem sei que a função dela é salvar minha vida.
curioso que la gente crea que tender una cama es exactamente lo mismo que tender una cama, que dar la mano es siempre lo mismo que dar la mano, que abrir una lata de sardinas es abrir al infinito la misma lata de sardinas.
as minhas latas e as do cortazar são diferentes talvez, se eu soubesse o que é diferente eu podia dizer, talvez. se eu soubesse de algo eu podia dizer, de fato. e não me venha com a filosofia do que negócio que a questão nada tem com isso quando a culpa é minha e da minha mentira. quando a minha vida é mentira.
e ela é. vezenquando me dói. profundamente.
você fala qualquer coisa tipo bá, por exemplo, então o cara deixa você entrar, sentar e rodar junto com os outros. mas eu fico sempre do lado de fora. aqui parada, sem saber a palavra certa, sem conseguir adivinhar. olhando de fora, a cara cheia, louca de vontade de estar lá, rodando junto com eles nessa roda idiota - tá me entendendo, garotão?
tá me entendendo? tá entendendo que eu preciso da palavra exata da chave da chave da chave do tamanho do abridor de latas perfeito e de toda essa tralha inútil mas que preenche? tá entendendo que, pelo menos até o amanhacer, eu preciso acabar com a mentira com a noite com o que incomoda e eu não sei dizer.

O Que Há.

6.10.07

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...





Álvaro de Campos.

já que isso aqui é meu...

e eu tenho total direito de dizer todas as abobrinhas que sentir vontade, eu queria, assim, bem depressa, ressaltar como são incríveis os pequenos instantes em que tudo é uma doce compreensão e todas as pecinhas disso que é a vida se encaixam perfeitamente.

pronto.
viverei.

festival do rio de cinema #1

24.9.07



rêves.
primeiros dois filmes: anna m. e sonhando acordado (da foto) um pensamento.
leminski ficava com o cinema americano, mas eu, eu não. eu queria mesmo era uma vida de filme francês. pra mim, nada de luz demais, planos convencionais, piadas indelicadas e grandes estrelas. eu quero as sutilezas, o silêncio que quase pode substituir o discurso inteiro, os diálogos densos, o sentimento. quero a fotografia dos mínimos detalhes, a trilha sonora doce e um roteiro despretensioso, onde o fim não precisa ser o desfecho. e quando passarem os créditos, eu ainda estarei vivendo, amando, sonhando. em francês.

trés souvent,

11.9.07

mon silence parle pour moi. et il dit tous les petites choses qui m'échappent.

devaneio (sem sentido) na areia;

5.9.07

eu me concentrava em olhar o mar, como se nada mais importasse; o meu infinito junto ao dele e qualquer, qualquer resquício de existência era levado pelas ondas. para se afogar lá no bem fundo - de mim.

e talvez se afogar não fosse ruim, talvez eu, secretamente, desejasse que o mar me levasse para onde quer que fosse. ser uma conchinha, daquelas que os pequenos acham e guardam, com carinho, porque conseguem ouvir o barulho das ondas. ou pelo menos assim fantasiam.

na minha infância subjetiva, fantasio junto. mas já não quero ser conchinha, porque de me sentir pequena já cansei. é, eu preciso descobrir como é essa coisa assustadora que chamam crescer e que, aqui por dentro, parece longe de acontecer.

talvez por isso o mar me deixe tão calma. ele é imenso, chega a assustar pela sua grandeza. a quase todos, mas não a mim. é que eu vejo nele o tudo e o nada ao mesmo tempo. o grande que só existe por causa do pequeno, que, de tanto mudar, nunca é o mesmo. e isso combina com o meu vazio, que se preenche de não-sei-o-que, e vai, vem, vai e vem.

é, só quem pode entender é o mar - tão pequeno, e tão infinito.

nos dias de sol,

você colocava seus óculos, aqueles enormes e caríssimos óculos escuros. me dizia pra usar também, que tudo mundo ficava mais bonito de óculos escuros, que era chique.

mas não, eu não gostava. eu sempre preferi quando chovia. eu gostava de ver seus olhos, eu gosto dos olhos. e não daquelas lentes pretas que escondem os olhos do mundo.

ouça bem;

4.9.07

no fundo, naqueles locais escondidos onde só se chega com muito coração, há sempre um silêncio. tão ínfimo que mal se pode (não) ouvi-lo. tão pessoal que raramente chega-se a alcança-lo. mesmo quando ele é seu. e, não duvide, você o possui, ainda que existindo-não-existindo alternado a cada hora, minuto, segundo.

pois há mistério no silêncio, ou talvez o silêncio seja o próprio mistério. sim, o silêncio é o mistério. é o que há de imprevisto na previsibilidade do dia, dos sentimentos programados para serem sentidos. o silêncio não os respeita, sussurra sorrateiramente saídas secretas. o silêncio sonha. fantasia alto, quando sequer nos pensamos capazes disso.

até percebermos, numa quarta ou quinta feira de tarde, geralmente quando faz sol. ou então numa terça de manhã, quando se caminha na chuva - e o vento batendo no rosto, mas de repente você não se importa de ficar gripado. ou sente uma vontade, que não sabe de onde vem (e vem do silenciozinho escondido) de ouvir uma certa música, dizer uma certa frase - eu me sinto tão bem! - ou tomar um picolé de uva.

e simplesmente não se pode evitar. ou pode, do mesmo jeito que se evita uma alegria ou um sorriso. até porque o silêncio também é sorriso, misterioso sorriso. assim como o silêncio é o ser, em sua totalidade e sua particularidade; é que por dentro, a gente é um mistério que sorri.

de quem sabe das coisas:

31.7.07

o amor por ulisses veio como uma onda que ela tivesse podido controlar até então. mas de repente ela não queria mais controlar.

c.l.

sorte de hoje:

25.7.07

e todo dia a necessidade de relembrar: é preciso seguir. apesar de tudo, é preciso seguir - mas com delicadeza.

verdade seja dita;

24.7.07

tenho essa mania de tentar tornar tudo racional, de forma que são raras as vezes em que me falta explicação para algo que comigo se passe. não que isso seja muito positivo, não é sequer uma escolha muito consciente. é mais como uma forma de não ficar vulnerável
com todos os - tantos! - sentimentos, tentando evitar a frustração, ou sei-lá-o-que-que-tanto-temo.

agora, entretanto, toda e qualquer explicação me falhou. geralmente quando isso acontece, fujo, assustada por não saber como lidar. não que precise te contar disso, você - a pessoa, além de mim, a quem tudo isso se destina - já sabe; eu já fugi, da pior maneira possível.

acontece que, dessa vez, não funcionou. claro. se agora digo que me perdi da razão, é porque não pude controlar. e tentei, tentamos. fico, inclusive, pensando que esse sentimento deve mesmo ser muito bonito para sobreviver a todas as nossas tentativas de esgotá-lo.

tentativas essas que agora já não preciso mais. é, apesar de não ter noção de para onde ou a que velocidade caminho, não hesito em continuar. sei que você me distraiu de tudo que era razão, mas aprendi a fazer disso um sorriso bem grande; porque até a dor de perder deve ser melhor que a falta de qualquer sentir. demorou, tá certo, mas aprendi: existe amor - em mim.

le coeur est plus sage que l'intellect;

19.7.07

é que por tanto tempo equilibrei as palavras, os sentimentos, cheia de medo do incerto. até agora, o momento de aceitação, o instante em que, finalmente, ouso dizer: amor.

avesso;

13.7.07

a palavra que faltou, o adeus no momento errado, a constante auto-sabotagem, o acordar e não ouvir 'bom dia', os sentimentos informulados, o gosto repetido da comida, a vontade de ir embora, o amor que você não tem. e eu tenho. eu tenho lágrimas que já não descem e uma incrível vontade de gritar. o que eu já não sei. eu já não sei como suporto os domigos e a necessidade de atenção.

mas não, não e nada disso o que verdadeiramente incomoda. a dor insuportável é essa intolerável busca pelo avesso, como se o ser fosse questão de contrário; nunca suficiente.

passou;

8.7.07

assim como a chuva, a noite, o inverno.

agora vem o outro lado.
(será?)

it was all about marla singer;

6.7.07

if i did have a tumor, i'd name it marla. marla...the little scratch on the roof of your mouth that would heal if only you could stop tonguing it, but you can't.


-fight club.
(or my own life. whatever.)

sobre três tequilas e uma pessoa;

4.7.07

arriba abajo al centro adentro. lá dentro, uma coisa queimava, uma coisa antiga assim com gosto de soconoestômago. mas agora não doía tanto: eu tinha o sal e o limão para apaziguar. e toda aquela fingida euforia louca de amigos, música, bebida, mais bebida, puta vontade de te esquecer, você, sua outra. é, o roteiro claramente saiu errado: personagens demais, meu bem. mas tudo bem, tudo bem, tem mais sal e mais limão e mais risadas desesperadas.

arriba abajo al centro. no centro, tudo que dói é você. nas extremidades eu tenho disfarçar. até não funcionar e não ter qualquer pensamento que não se volte para você, qualquer força que impeça as lágrimas ou passo que não seja em sua direção. a euforia transforma-se em desespero; igualmente louco. e eu posso fazer todas as loucuras e dizer todas as bobagens porque você não olha; você nunca me vê. tem os olhos fechados, a concentração na outra, que eu tenho vontade de arrancar daquela posição. daquela minha posição. mas não posso, a única coisa que posso é tentar esquecer - na próxima dose.

arriba abajo. tudo, tudo à baixo.

désespoir agréable;

3.7.07

saio à revelia; bom dia é meu primeiro passo e ele não tem qualquer direção. um dia acreditei que o importante era andar, andar e desde então já não me mantenho parada. não posso. parada eu sou sempre você e a memória dos dias em que os únicos passos eram os ébrios, de quando eu cambaleava em sua direção esperando que você me acolhesse me entendesse me olhasse, sequer. e não falo só do passado porque agora

preciso seguir mais depressa. às vezes tropeço; não tenho um rumo e meus próprios pés se confundem. do chão, ouço sua voz e ela já não é mais doce. quem sabe nunca tenha sido e eu, tão agoniada, tão sedenta por qualquer palavra sua, engolia todas. elas tinham gosto de salvação sem, no entanto, jamais terem passado de algo insípido, inodoro e incolor. transformei água em vinho, bem sei.
como também sei que agora não me resta nada além desse caminhar que, admito, é ainda mais ébrio do que aquele que te seguia, esse caminhar na intenção de me encontrar, te encontrar, encontrar alguém completamente diferente. tanto faz, o que acontecer primeiro. por enquanto, contudo, tudo o que acontece é esse desespero de estar perdida, cansada, desacreditada.

junto com isso, porém, um princípio de idéia que se forma e vai ganhando cada vez mais força em mim: não sei bem se amanhã, depois, quem sabe no próximo ano - não sei quando, mas o dia há de chegar - por estar com os pés tão cansados desse caminho, ou quem sabe por estar distante demais, eu vou desistir de lutar por você.