(belle and sebastian)

24.4.08

oh, i'll settle down with some old story
about a boy who's just like me
thought there was love in everything and everyone
you're so naive!



(get me away from here, i'm dying.)

(my blueberry nights)

16.4.08

- you still have the keys?
- i always remember what you said about never throwing them away, about never closing those doors forever. i remember.
- sometimes, even if you have the keys those doors still can't be opened. can they?
- even if the door is open, the person you're looking for may not be there.



(a few years ago, i had a dream. it began in the summer and was over by the following spring. in between, there were as many unhappy nights as there were happy days. most of them took place in this café. and then one night, a door slammed and the dream was over.)

tudo numa coisa só: a terceira parte;

15.4.08

sem que eu esperasse, você me deu as mãos para me levantar e tirar de todo o marasmo e das incertezas anteriores. ainda que não me levasse a lugar algum, eu já estaria satisfeita; jamais teria a força necessária para me erguer sozinha. mas, além disso, você permaneceu e me fez estar tão próxima a ponto de não mais podermos fugir ou negar o desejado desfecho. aquele exato instante que eu repassaria repetidas vezes em minha mente, como o último resquício de esperança: suas mãos no meu cabelo, meus braços rodeando sua cintura. e o coração aquecido, certo de aquela é a sua única verdade. pour toujours.

tudo numa coisa só: a segunda parte;

eu me confiei a você. pela primeira vez, deixei abrirem a porta secreta ao centro de tudo. para depois descobrir que nunca houve um centro, para então deixar que o tudo se adaptasse aos seus doces contornos e inconfundível presença. o meu coração nas suas mãos e naquele conflito entre dizer e negar, ser e não-ser, sempre com excessiva intensidade. todavia, sequer me questionava a respeito da propriedade dos meus atos e do meu coração; você parecia onipotente e onipresente, enquanto eu era sempre a falta. você me preenchia. até que notei. nas quartas de tarde e outros momentos igualmente irrelevantes, você se distraía, enquanto eu me concentrava em memorizar aqueles instantes. e passou a ser tão frequente, passou a existir várias oportunidades em que eu soube que poderia me reaver. e, no entanto (bem sei que prefiro estar em você).

tudo numa coisa só: a primeira parte;

não saberia explicitá-lo, mas sei de sua existência: o vigésimo primeiro momento. depois de tantos enganos, implicâncias e falhas, nada mais natural que sua ocorrência. e o nosso silêncio, esse não mais acompanhado de pedidos de atenção no meio da noite - sequer havia tais noites - mas que, ainda assim, não feria; à distância, apenas aceitávamos sua plenitude. até o encontro, aquele confronto cruzado entre nossas (in)certezas. mantínhamos o silêncio, mas não podíamos negar aquela cumplicidade tácita escondida atrás de pequenos olhares, perguntas planejadamente desinteressadas e vontades interrompidas. eu soube o seu olhar de reprovação ao me oferecerem um cigarro, não soube o que fazer quando te vi dançando e, espantada com nossos rumos, notei que te sei, soube, saberei. sempre.

a tempestade carrega a calmaria;

6.4.08

não há qualquer beleza em minhas palavras, não tente enxergá-la e nem diga nada a respeito. existe nelas apenas o desespero áspero, a última tentativa de consolo quando todas as outras são inexistentes. porque são duas da manhã e o medo me percorre inteira, sem qualquer outra possibilidade de apaziguar. um medo que chega ao centro de tudo e não se deixa verbalizar; um medo maior do que o próprio sentir-medo. e não há nada a fazer além de derramar as palavras, além de utilizar essa força escura que se aproveita da minha fragilidade. não há mais nada nem ninguém no momento. minha força está na solidão, eu preciso dizer para tentar explicar a consecutiva ausência nos instantes exatos em que eu mesma me falto a mim. o meu ideal de salvação é uma mão para segurar, um descanso na minha loucura, como para guimarães rosa. mas preciso me contentar com o quarto vazio e o fechar dos olhos do mundo. com a força que surge apenas da minha fragilidade e, de repente, torna-se brutal, de repente torna-se palavras e palavras escritas como forma de expelir o medo a angústia o não-sei-mais que existe por dentro. vezenquando olho no espelho e tomo sustos por ele não me saber e jamais denunciar o vazio ou mesmo a força brutal. talvez seja esse o motivo de ninguém mais compreender; não enxergam o invisível. e por tanto tempo esperei por uma palavra que pudesse salvar ou por uma ínfima compreensão que agora sou só desgaste. agora o medo se apodera e eu fecho os olhos. e busco força na minha solidão, porque é tudo que me resta.

~

it's just: love.