28.4.14

eu gosto (tanto) de gente que dói.

conforto inquieto;

25.9.10

passam os dias, os meses, os anos, o amor não. o amor se revigora, a cada passagem. o amor ainda me surpreende, me arrepia, me faz sentir como se estivesse descobrindo tudo isso. o amor é redescobrir tudo isso.

#

11.8.10

you're the best person in the world
(even when you're asleep);

basic space;

14.7.10

já não me lembro das luzes da cidade, ou do sabor das minhas comidas prediletas, tampouco do que eu gostava de fazer ou conversar com as pessoas. esqueci os barulhos da minha casa - e vivo me assustando!, qual a sequência das ruas em ipanema ou como devo me segurar forte pra não cair no ônibus em movimento. talvez por isso não tenha muita vontade de falar, e até agora mais do que contar, ouvi as histórias de quem ficou. tento me concentrar no espaço entre quatro paredes onde durmo e fazer dele um quarto outra vez. tento - e como! - aprender a te ver com os olhos de quem passou tanto tempo longe e não te viu mudar. mas a verdade é que a cada dia me sinto mais e mais estrangeira nisso que era antes a minha vida.

coisas pequenas;

15.10.09

sempre que acordo de madrugada tento tapear a sono terrível pra, por alguns segundos, ficar te olhando dormir. pode parecer besteira, mas isso me dá certeza de que vale a pena levantar toda manhã.

chuva;

26.9.09

é que talvez não esteja sempre sol, talvez chova. talvez chova tanto a ponto de você entender que guarda-chuvas seriam inúteis, que nada adiantaria a não ser: deixar chover. e isso é natural, por mais que os outros insistam em se cobrir e em tentar te cobrir; já chove há três dias e não há mais nada a se esperar. o que acontece é quando não se espera, quando a porta é casualmente aberta e de repente você tem companhia. mas ainda chove. só que agora é bonito: agora se chove junto e você nem sequer deseja que pare.

e os sinais chegam aos poucos: no começo você deseja o mar, palmeiras. depois chega até a cogitar uma casa, família e, o mais difícil, felicidade. e então está se perguntando sobre as coisas inimagináveis, mas imagina, imagina sem parar. ainda não há sol - talvez nunca haja - mas, ainda sim, há reykjavík; e toda a felicidade imaginada. concreta. mesmo que apenas por uma noite - reykjavík sempre existirá.

(coisas soltas)

7.6.09

no trem em algum lugar da áustria, 20/7/2008

-i'm leaving.
-me too.
-no, you're not.
-yes, i am,
-where to?
-vienna.
-why?!
-it was a surprise, for you.
-why?!
-because long ago i've decided i'd never leave someone i love.

simples metáfora do escrever;

30.5.09

e então passou um tempo muito tempo e todas as coisas as pessoas foram parar em caixas pequenas empilhadas em torres enormes e não te restou nada a não ser abrir e abrir repetidamente todas as caixas em busca de algo que ainda tenha aquele cheiro brando de ar puro porque agora tudo é mofo e você não encontra tudo virou pedaços soltos e você se desespera e se pergunta tantas vezes onde é que foram parar todas as suas doces palavras que jamais caberiam em claustrofóbicas caixas mofadas-

un bref instant de romantisme;



miranda july;

ceninha #1

16.5.09

seq. 1 - ext/ dia

alice abre a porta da varanda e suspira. ela está visivelmente nervosa e aparenta ter chorado. alice veste uma blusa verde bastante comprida. ela atravessa a varanda, se debruça no parapeito, suspira novamente e leva as mãos à cabeça.

alice
você não entende? seu lugar é aqui! aqui! com todos os muros e proteções que contruímos contra os dias frios e cinzas. e quando você parte, tudo vai com você. vê? hoje até chove!

alice suspira novamente e se cala. na rua, vê-se uma pessoa coberta por um guarda-chuva e carros passando lentamente.

alice
e isso, isso é o amor! é essa coisa que faz nossos dias serem coloridos e nos impede de controlarmos os sorrisos. é essa certeza incondicional de sermos as pecinhas que se encaixam no quebra-cabeça e que faz ser mágico estar junto. você tá me ouvindo?

na rua a pessoa coberta pelo guarda-chuva mantem-se estática. ao seu redor estão outras pessoas, e todas olham para ela.

alice
hein? porque eu queria te dizer que isso é pra sempre! e que ninguém vai tirar de nós. eu te amo, eu te amo! agora, por favor, sobe de volta?

as pessoas na rua ficam bastante efusivas, batem palmas, gritam e esperam uma reação da pessoa coberta pelo guarda-chuva. ela vira e segue andando pela rua.

alice senta no chão da varanda, de costas para a grade, e chora. põe a cabeça entre os joelhos e assim permanece por algum tempo. algo cai sobre sua varanda e ela levanta a cabeça. pega e descobre que é um pequeno embrulho de presente. abre o embrulho e encontra um papel. nele lê-se: eu não duvido. é amor mesmo. fecha bem as portas pro frio não chegar aí. eu volto.

alice levanta, olha para baixo e sorri.