coisas pequenas;

15.10.09

sempre que acordo de madrugada tento tapear a sono terrível pra, por alguns segundos, ficar te olhando dormir. pode parecer besteira, mas isso me dá certeza de que vale a pena levantar toda manhã.

chuva;

26.9.09

é que talvez não esteja sempre sol, talvez chova. talvez chova tanto a ponto de você entender que guarda-chuvas seriam inúteis, que nada adiantaria a não ser: deixar chover. e isso é natural, por mais que os outros insistam em se cobrir e em tentar te cobrir; já chove há três dias e não há mais nada a se esperar. o que acontece é quando não se espera, quando a porta é casualmente aberta e de repente você tem companhia. mas ainda chove. só que agora é bonito: agora se chove junto e você nem sequer deseja que pare.

e os sinais chegam aos poucos: no começo você deseja o mar, palmeiras. depois chega até a cogitar uma casa, família e, o mais difícil, felicidade. e então está se perguntando sobre as coisas inimagináveis, mas imagina, imagina sem parar. ainda não há sol - talvez nunca haja - mas, ainda sim, há reykjavík; e toda a felicidade imaginada. concreta. mesmo que apenas por uma noite - reykjavík sempre existirá.

(coisas soltas)

7.6.09

no trem em algum lugar da áustria, 20/7/2008

-i'm leaving.
-me too.
-no, you're not.
-yes, i am,
-where to?
-vienna.
-why?!
-it was a surprise, for you.
-why?!
-because long ago i've decided i'd never leave someone i love.

simples metáfora do escrever;

30.5.09

e então passou um tempo muito tempo e todas as coisas as pessoas foram parar em caixas pequenas empilhadas em torres enormes e não te restou nada a não ser abrir e abrir repetidamente todas as caixas em busca de algo que ainda tenha aquele cheiro brando de ar puro porque agora tudo é mofo e você não encontra tudo virou pedaços soltos e você se desespera e se pergunta tantas vezes onde é que foram parar todas as suas doces palavras que jamais caberiam em claustrofóbicas caixas mofadas-

un bref instant de romantisme;



miranda july;

ceninha #1

16.5.09

seq. 1 - ext/ dia

alice abre a porta da varanda e suspira. ela está visivelmente nervosa e aparenta ter chorado. alice veste uma blusa verde bastante comprida. ela atravessa a varanda, se debruça no parapeito, suspira novamente e leva as mãos à cabeça.

alice
você não entende? seu lugar é aqui! aqui! com todos os muros e proteções que contruímos contra os dias frios e cinzas. e quando você parte, tudo vai com você. vê? hoje até chove!

alice suspira novamente e se cala. na rua, vê-se uma pessoa coberta por um guarda-chuva e carros passando lentamente.

alice
e isso, isso é o amor! é essa coisa que faz nossos dias serem coloridos e nos impede de controlarmos os sorrisos. é essa certeza incondicional de sermos as pecinhas que se encaixam no quebra-cabeça e que faz ser mágico estar junto. você tá me ouvindo?

na rua a pessoa coberta pelo guarda-chuva mantem-se estática. ao seu redor estão outras pessoas, e todas olham para ela.

alice
hein? porque eu queria te dizer que isso é pra sempre! e que ninguém vai tirar de nós. eu te amo, eu te amo! agora, por favor, sobe de volta?

as pessoas na rua ficam bastante efusivas, batem palmas, gritam e esperam uma reação da pessoa coberta pelo guarda-chuva. ela vira e segue andando pela rua.

alice senta no chão da varanda, de costas para a grade, e chora. põe a cabeça entre os joelhos e assim permanece por algum tempo. algo cai sobre sua varanda e ela levanta a cabeça. pega e descobre que é um pequeno embrulho de presente. abre o embrulho e encontra um papel. nele lê-se: eu não duvido. é amor mesmo. fecha bem as portas pro frio não chegar aí. eu volto.

alice levanta, olha para baixo e sorri.

(eternal sunshine)

4.4.09



Joel: I did. I walked out the door. I felt like I was a scared little kid. I thought you knew that about me. I ran back to the bonfire, trying to outrun my humiliation. You said, "so go" with such disdain.

Clementine: What if you stay this time?






(Joel: I love you.)

;

6.3.09

é preciso estar bem acordado;

5.3.09

talvez eles tenham mesmo razão e nossas palavras inverossímeis só agravem consideravelmente o caso. mas, então, o que deve ser feito? não nos resta outra possibilidade senão insistir, lutando incansavelmente por uma questão de princípios. e o caso é de importância comparável a um assassinato ou uma palavra não dita no momento necessário, ou seja, vital.

está certo que não somos as pessoas mais organizadas para defender grandes-causas-coletivas. a verdade é que muitos dos nossos homens sequer se conhecem, o que, no entanto, não impede que eles se reconheçam todas as vezes em que se cruzam pelas ruas. e enxerguem dentro de cada um dos outros o mesmo estranho brilho que sentem dentro deles mesmos; como feitiço ou armadilha.

é que nenhum de nós conseguiu, até então, identificar qualquer razão para sermos como somos e estarmos, mesmo que um pouco inconscientemente, disputando esta batalha. e nada disso por falta de tentativa, diga-se de passagem, porque, apesar de fugirmos irremediavelmente ao tema e contexto, temos uma notável capacidade inventiva e investigativa.

dentro de nós as coisas voam, numa espécie tão alegre de caos que só de pensar que eles nos condenam deixo cair todas as bolinhas coloridas equilibradas num complexo malabarismo. não creio que tenhamos feito algo de errado; apenas seguíamos nossa própria ordem.

talvez estivéssemos andando em suas ruas um pouco distraídos demais. talvez olhássemos para o céu, mas seria isso o bastante para desestabilizar toda a sua ordem?serão nossos homens menos capazes simplesmente por enxergar mais cores do que os outros? ou são as lágrimas repentinas que, junto ao aquecimento global, podem inundar todo o requinte tecnológico de sua civilização?

já não posso ver com os seus olhos, estou fadado ã minha sina de buscas inalcançáveis e brilhos inexplicáveis, mas reconheço que deve haver algo de muito grave. eles estão agindo de forma imensamente ofensiva; eles querem acabar com nosso direito de sonhar.

i love you more than blank;

3.2.09


(e muito, muito mais do que o trabalho que deu organizar isso no paint)

mais aqui.

- expectations;

8.1.09

i felt down the stairs
(but i could never find your arms)
and it still hurts;

- sobre o que grita:

7.1.09

this must be a rock that got inside of me, because, from what i know, it could never be my heart.