devaneio (sem sentido) na areia;

5.9.07

eu me concentrava em olhar o mar, como se nada mais importasse; o meu infinito junto ao dele e qualquer, qualquer resquício de existência era levado pelas ondas. para se afogar lá no bem fundo - de mim.

e talvez se afogar não fosse ruim, talvez eu, secretamente, desejasse que o mar me levasse para onde quer que fosse. ser uma conchinha, daquelas que os pequenos acham e guardam, com carinho, porque conseguem ouvir o barulho das ondas. ou pelo menos assim fantasiam.

na minha infância subjetiva, fantasio junto. mas já não quero ser conchinha, porque de me sentir pequena já cansei. é, eu preciso descobrir como é essa coisa assustadora que chamam crescer e que, aqui por dentro, parece longe de acontecer.

talvez por isso o mar me deixe tão calma. ele é imenso, chega a assustar pela sua grandeza. a quase todos, mas não a mim. é que eu vejo nele o tudo e o nada ao mesmo tempo. o grande que só existe por causa do pequeno, que, de tanto mudar, nunca é o mesmo. e isso combina com o meu vazio, que se preenche de não-sei-o-que, e vai, vem, vai e vem.

é, só quem pode entender é o mar - tão pequeno, e tão infinito.

2 comentários:

Anônimo disse...

'é, só quem pode entender é o mar - tão pequeno, e tão infinito'

te amo, minha Luluzinha.

Anônimo disse...

Pra mim, vai ser sempre a minha pequena.